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[RESENHA] Batendo à porta do céu - Jordi Sierra i Fabra

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Autor: Jordi Sierra i Fabra
Editora: Biruta
Sinopse: Uma jovem estudante de medicina decide abrir mão de seu conforto, de sua família e de seu namorado para trabalhar como voluntária em um hospital na Índia, durante as suas férias de verão.

Para quem não sabe sou uma futura assistente social, apaixonada pelo que eu faço e que ainda tem um restinho de fé na humanidade, talvez por este motivo eu tenha me identificado tanto com essa obra. 

É preciso acreditar sempre. Se deixamos de acreditar, tudo se acaba. E te digo mais: é melhor acender uma vela do que lamentar a escuridão.

Silvia, uma espanhola de 19 anos, estudante de medicina e filha de médicos conceituados da alta sociedade, decide ir contra todos os desejos de seu pai e vai para Índia trabalhar como voluntária em um hospital. A precariedade das condições de vida de boa parte da população indiana se torna evidente, e vai além daquela imagem "mais ou menos" que representam nas novelas globais. A protagonista se vê em meio ao "caos", pessoas morrem todos os dias por falta de recursos e suas vidas dependem dos estudantes vindos de outros países com a única intenção de ser útil.

Aqui o tempo conta na medida em que sirva para alguma coisa, não pela quantidade.

A história foi comovente, mas não espere nada dramático ao extremo e cheio de choro, não é disso que esta obra trata. Prepare-se para o choque de realidade, há muito sofrimento sim, mas também há muita força, superação e compaixão. A cada página eu me sentia mais motivada a continuar tendo esperança. Sozinhos podemos não fazer uma diferença global, mas com certeza seremos a diferença para a pessoa que confia e depende da gente.

Nem só de pessoas morrendo se constrói um livro, então desfaça a cara feia, pois você não lerá apenas desgraças, elas fazem parte da vida de muitos indianos, mas não pode-se deixar de lado o fato de que a história é da Sílvia, a jovem estudante. Ao decidir fazer esta viagem ela adquire alguns conflitos com sua família e seu namorado e no decorrer dos capítulos se torna incrível cada passo de superação que ela dá, cada demonstração de sua personalidade forte, de seu jeito decidido. Outros personagens são introduzidos à história, cada qual com sua própria bagagem de vida e com sua importância no desenvolvimento pessoal e profissional da protagonista. Assim como acontece na vida real, ninguém passa pelas nossas vidas sem ter deixado algum ensinamento ou boas recordações.

No livro são citados 14 mandamentos do bom voluntário, e eu anotei alguns na esperança de que eles me ajudem a nunca esquecer os meus princípios. Acredito que até para quem não deseja trabalhar na área social poderá utilizá-los em seu cotidiano. Não vou colocar todos, pois acho que fica melhor se forem lidos no contexto da obra.

  • Não deves ajudar quem não ajuda a si mesmo
  • Cooperarás, não farás doações
  • Convence-te de que a finalidade da cooperação é desaparecer

O autor conseguiu criar uma história que poderia ser totalmente real, tanto que ao final da obra, em seus agradecimentos, ele explica que o livro é fruto do impacto que sentiu ao saber da noticia de uma voluntária espanhola que havia sido morta em sua primeira viagem de voluntariado.

Já estava esquecendo de comentar, a diagramação deste livro é linda. Adorei a combinação de cores, imagens, enfim, tudo!

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