Autor: Fernando Aguzzoli
Editora: Belas-Letras
Sinopse: COMPARTILHAR A DOR NÃO É SOFRÊ-LA NO COLETIVO, É LIVRAR QUEM DELA SOFRE. Durante um ano, um neto largou tudo que tinha – o emprego, a carreira, os estudos – para se dedicar integralmente à avó, diagnosticada com Alzheimer. Convivendo com a divertida, bonachona e, claro, sempre esquecida vovó Nilva, o neto Fernando, um jovem aspirante a filósofo com um talento epistêmico para a comunicação, aprenderá uma lição de vida que doença nenhuma pode apagar. Uma história real que emocionou o Brasil e vai fazer o leitor rir e chorar, mas nunca mais se esquecer dela. Porque o amor não é uma lembrança; é uma regra da alma.
Sabe aquela leitura que te deixa sem saber como descrever devido a confusão de sentimentos que ela causa? Eu me deparei sem palavras ao concluir este livro, que por sinal fiz em poucas horas no trajeto casa-trabalho-trabalho-casa. Me preparei para uma leitura despretensiosa, pronta para simplesmente ler e ao final concluir que foi legal, mas preciso dar a cara a tapa, a obra me surpreendeu da melhor forma possível.
Não é fácil conviver com uma pessoa portadora de Alzheimer e eu nunca duvidei disso, mas nunca tinha parado para pensar em como eu reagiria se alguém próximo a mim tivesse o "alemão", nem mesmo em todos os momentos agradáveis e divertidos que eu poderia passar junto do portador. Até então eu só tinha ouvido falar das dificuldades, do cansaço e da força que os familiares precisariam ter para não abandonar seus entes "esquecidos", fazendo parecer que a vida teria acabado e que ela seria apenas um monte de problemas causados pela perda de memória.
Com este livro eu consegui ampliar minha visão a respeito do assunto. O autor conseguiu deixar claro que realmente não é fácil, mas que pode ser muito prazeroso se você aprender a cuidar de quem sempre cuidou de você. Fernando me colocou em seu "mundo" por algumas horas (o tempo que levei para concluir a leitura), pude acompanhar o desenvolvimento da doença e juntamente com isso admirei os cuidados que ele e sua família tiveram com a dona Nilva.
O autor além de narrar o cotidiano ainda reuniu lindas imagens que ilustraram perfeitamente cada momento que havia passado com sua avó. Isto fez com que eu sentisse como se tivesse conhecido dona Nilva, seu sorriso me conquistou e foi impossível não pensar em como minha avó estará daqui alguns anos.
Precisei controlar meus sentimentos a cada página, pois em alguns momentos eu era envolvida pela tristeza da forma como eu sabia que a história acabaria e quando eu menos percebia já estava rindo das confusões desta idosa cativante. Quis pegar ela no colo e dizer pra que não confiasse no anãozinho que dançava em troca de cigarros, assim como quis dar um abraço no Fernando pra que ele não desistisse.
Vó, a senhora vai viajar agora, eu vou contigo só até uma parte, mas prometo te encontrar lá depois.
Queria falar muito mais, mas a máquina de spoiler precisa ser contida. Recomendo este livro para todos, sem exceção! Sem dúvida alguma o "Quem, eu?" entrou pra lista dos meus livros favoritos, afinal não é sempre que em poucas páginas um autor consegue me envolver tanto ao ponto de eu querer conhecê-lo.
O Autor criou uma fanpage na época em que estava cuidando de sua avó, ela continua ativa, com informações a respeito da doença, alguns diálogos divertidos que ele teve com a filha-avó e fotos lindas dessa senhorinha esquecida. Acredito que valha a pena dar uma olhada, é só clicar aqui!